Tinha a cara fechada. Quem a viu nesse dia achou-a normal, talvez ligeiramente apática. Fez os gestos quotidianos a que estava habituada. Levantou-se, arranjou-se para sair, espreitou a banca, para ver os títulos do jornal, no caminho para o café. Cumpriu o horário de trabalho, tratou do que tinha a tratar, sem grandes conversas. Tudo dentro da normalidade, dentro do estilo discreto que ninguém lhe estranhava.
A noite caiu. Pegou no carro para ir. Calmamente. Tirou a chave da carteira, entrou, fez o pisca e arrancou, ignorando o espelho e olhando por cima do ombro, como de costume. Já na auto-estrada, ligou o rádio. Pegou-lhe no posto onde o tinha deixado ficar. Ouvia sempre música mais alternativa ao volante.
“Love is not a victory march, it’s a cold, and it’s a broken hallelujah…”. De repente, toda a sua cara se franziu. A falsa dormência que se tinha imposto rasgou-se e o choro veio cá para fora, sem que o conseguisse segurar. Encostou o carro na estação de serviço, e deixou-se ficar ali, a agarrar o volante como se fosse uma tábua de salvação e a deixar o rímel escorrer-lhe pela cara abaixo. Ainda se sentia estúpida, ouvia os próprios soluços sem reconhecer a voz, mas agora não se importava. Estava sozinha. Ninguém ia saber.
Dez minutos depois, acalmou-se. Tirou um lenço de papel e limpou a cara inchada. Daqui a uma hora, já não se nota. Ninguém vai saber.
A noite caiu. Pegou no carro para ir. Calmamente. Tirou a chave da carteira, entrou, fez o pisca e arrancou, ignorando o espelho e olhando por cima do ombro, como de costume. Já na auto-estrada, ligou o rádio. Pegou-lhe no posto onde o tinha deixado ficar. Ouvia sempre música mais alternativa ao volante.
“Love is not a victory march, it’s a cold, and it’s a broken hallelujah…”. De repente, toda a sua cara se franziu. A falsa dormência que se tinha imposto rasgou-se e o choro veio cá para fora, sem que o conseguisse segurar. Encostou o carro na estação de serviço, e deixou-se ficar ali, a agarrar o volante como se fosse uma tábua de salvação e a deixar o rímel escorrer-lhe pela cara abaixo. Ainda se sentia estúpida, ouvia os próprios soluços sem reconhecer a voz, mas agora não se importava. Estava sozinha. Ninguém ia saber.
Dez minutos depois, acalmou-se. Tirou um lenço de papel e limpou a cara inchada. Daqui a uma hora, já não se nota. Ninguém vai saber.
4 comentários:
Porque será que acho este "take" tão familiar???
ninguém vai saber mas ela sabe, é o suficiente... bjs, mto fixe.
Sozinhos em determinadas situações com certos pensamentos tornamo-nos mais frágeis, o que nos leva a sentimentos inesperados...
CREDO, MIPO!!!
Não eras tu, não?
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