sexta-feira, dezembro 02, 2005

Normalidade

Cada vez me convenço mais de que ninguém é "normal"; aliás, vou mais longe e digo que acredito mesmo que ninguém é são.

A única maneira de distinguir as pessoas é ver quais são aquelas que têm uma pancada inofensiva e as que têm uma pancada ofensiva. Por exemplo, aquela senhora que, do nada, ao se cruzar com a minha irmã na rua, lhe deu uma valente bolacha, sem a conhecer de parte nenhuma, tem uma pancada ofensiva. Já aquela senhora que, volta e meia, me mostra o soutien que leva vestido, porque se interessa por lingerie e gosta de partilhar o interesse, tem uma pancada inofensiva (talvez de fraco gosto, mas inofensiva).

Não me podendo esquivar de tanta gente "com pancada" que se cruza no meu caminho, a única solução é juntar-me àqueles cuja pancada não causa dano que não seja o de ficar estarrecida, a pensar "mas que é que eu respondo a isto?!".

Se alguém me telefona para cantar porque lhe apetece, ou se me pedem uma saia de sevilhana para ir ao Lux, tudo bem, não tem qualquer problema. Agora, se o taxista da noite (onde se escondem todos os taxistas insanos) quer passar pela avenida da liberdade a 120 km à hora, depois de se gabar que deu os 200 km na Vasco da Gama, em contramão, aí, desculpem lá, mas já não me apetece muito. Cada maluco com a sua manía, mas eu inteira para os poder ver.

3 comentários:

bonifaceo disse...

Lolol... eles andem aí...
Eu também sou dos que tem pancada inofensiva.

Anónimo disse...

Tem cuidado, muito cuidado...
Eu pertenço ao grupo do taxista!

Mipo disse...

eu sei, Duendes, eu sei...