Caguei para a mulher de César. De alto.
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quarta-feira, outubro 04, 2006
quarta-feira, abril 05, 2006
Sobre a manipulação
Há pessoas para quem é "tão natural como a sua sede". Há pessoas quem nem se apercebem que o fazem. Há outras que não querem reconhecer. E há aquelas que acham que enganam alguém.
Mas bem mais complicado do que o estatuto de manipulador é o de manipulado. Porque aí ou se confronta ou se vira costas. Se estamos a lidar com um manipulador compulsivo, o confrontar apenas resulta em frustração. E virar costas nem sempre se pode. Resta o rótulo de tanso.
Mas bem mais complicado do que o estatuto de manipulador é o de manipulado. Porque aí ou se confronta ou se vira costas. Se estamos a lidar com um manipulador compulsivo, o confrontar apenas resulta em frustração. E virar costas nem sempre se pode. Resta o rótulo de tanso.
segunda-feira, abril 03, 2006
Sobre o amadorismo
Seguindo as postas sobre gratuidade, surge o amadorismo. Não há assim nada melhor do que fazer qualquer coisa só porque sim. Não é pelo dinheiro, porque a sociedade obriga, ou por quaisquer convenções estabelecidas.
Não tenho qualquer dever explícito ou implícito de gostar de bricolage (bem, no meu caso, de bricolage não mesmo; mau exemplo talvez). Ninguém me obriga a controlar os peixes de um aquário, ou a fazer parte de um grupo amador de teatro, ou a vestir-me de preto para ir bater os pés (este sim, é o meu caso). Não se ganha dinheiro com isso (aliás, gasta-se), nem se impressiona ninguém (pelo contrário, a reacção é normalmente "lá está ela/ele com aquelas manias! Deves achar, deves...!").
E é por isso que é giro. Não serve absolutamente para nada a não ser para o mais importante - que é para nos dar gozo. Um grande bem-haja a todos os amadores!
Não tenho qualquer dever explícito ou implícito de gostar de bricolage (bem, no meu caso, de bricolage não mesmo; mau exemplo talvez). Ninguém me obriga a controlar os peixes de um aquário, ou a fazer parte de um grupo amador de teatro, ou a vestir-me de preto para ir bater os pés (este sim, é o meu caso). Não se ganha dinheiro com isso (aliás, gasta-se), nem se impressiona ninguém (pelo contrário, a reacção é normalmente "lá está ela/ele com aquelas manias! Deves achar, deves...!").
E é por isso que é giro. Não serve absolutamente para nada a não ser para o mais importante - que é para nos dar gozo. Um grande bem-haja a todos os amadores!
sexta-feira, março 31, 2006
Sobre o pessimismo
O pessimismo é um incompreendido. Tem péssima fama. É associado a aves agoirentas e pessoas geralmente negras e tristes. Pois digo eu que para cada dose de optimismo, tem de haver uma de pessimismo!
Ninguém realista se safa só a ver o lado bom. É só reparar numa cara: tem dois olhos e dois ouvidos. Um olho e um ouvido para o negativo e os outros para o positivo.
É uma canseira ter de explicar isto às pessoas que ainda me conhecem mal (por isso não explico). Volta e meia, tenho de apanhar com os comentários de "és muito pessimista/depressiva". E se, a juntar a isto, o meu interlocutor não perceber quando estou a falar a sério ou a gozar, então, está o caldo completamente entornado. Às vezes, tenho a sensação de que seria tudo mais fácil se eu andasse com legendas penduradas ao peito. Poupava-me o trabalho (brancos! Estou cheia de brancos nas temporas!).
Vamos lá ver: se tenho uma situação nova pela frente, o meu instinto é primeiro ver o que está mal, para poder enfrentar e fazer a coisa resultar (e apanhar menos baldes de água fria). E a isso, meus amigos, chama-se prevenção e prudência. Claro que também vejo o lado bom, mas esse não precisa de ser resolvido, 'né?
O máximo que me podem dizer é que a balança nem sempre está equilibrada. Mas isso acontece para os dois lados; tanto posso andar a achar que sou uma desgraçadinha de Alfama, como regozijar alegremente na perfeição da minha vida.
In a nutshell (numa casca de noz), sou uma optimista cor-de-rosa shock coberta por uma camada de pessimismo cinzento baço. E sabem que mais? Ainda bem.
Ninguém realista se safa só a ver o lado bom. É só reparar numa cara: tem dois olhos e dois ouvidos. Um olho e um ouvido para o negativo e os outros para o positivo.
É uma canseira ter de explicar isto às pessoas que ainda me conhecem mal (por isso não explico). Volta e meia, tenho de apanhar com os comentários de "és muito pessimista/depressiva". E se, a juntar a isto, o meu interlocutor não perceber quando estou a falar a sério ou a gozar, então, está o caldo completamente entornado. Às vezes, tenho a sensação de que seria tudo mais fácil se eu andasse com legendas penduradas ao peito. Poupava-me o trabalho (brancos! Estou cheia de brancos nas temporas!).
Vamos lá ver: se tenho uma situação nova pela frente, o meu instinto é primeiro ver o que está mal, para poder enfrentar e fazer a coisa resultar (e apanhar menos baldes de água fria). E a isso, meus amigos, chama-se prevenção e prudência. Claro que também vejo o lado bom, mas esse não precisa de ser resolvido, 'né?
O máximo que me podem dizer é que a balança nem sempre está equilibrada. Mas isso acontece para os dois lados; tanto posso andar a achar que sou uma desgraçadinha de Alfama, como regozijar alegremente na perfeição da minha vida.
In a nutshell (numa casca de noz), sou uma optimista cor-de-rosa shock coberta por uma camada de pessimismo cinzento baço. E sabem que mais? Ainda bem.
terça-feira, março 21, 2006
Sobre a fúria
"Dave, there are two kinds of angry people - explosive and implosive. Explosive is the type of individual you see screaming at the cashier for not taking his coupon. Implosive is the cashier who remains quiet day after day and then finally shoots everyone in the store. You're the cashier."
Dr. Buddy Rydell (Jack Nicholson), em "Anger management"
Como é lógico, identifico-me com o caixa, não porque já tenha trabalhado em algum supermercado, nem porque me tenha largado aos tiros alguma vez, obviamente. Mas, verdade, verdadinha, vontade já tive - de me largar aos tiros, não de trabalhar num supermercado (faz muita falta haver gente a trabalhar em supermercados, mas, realmente, não deve ser lá muito interessante).
A questão é que a fúria sai sempre por algum lado. Uma pessoa vai tentando racionalizar, respirar fundo, acalmar as ânsias, "afinal, que importância tem?", mas ela tem sempre, mas sempre de sair. E quanto mais cedo melhor. O que constitui um dilema para os pacifistas e gentes de boa índole. "E agora o que é que eu faço com isto?!" Seguem-se algumas possibilidades:
a) Desatar aos tiros, como o caixa do Jack Nicholson (altamente desaconselhável)
b) Gritar violentamente com o primeiro inocente que nos apareça pela frente (pouco aconselhável; expõe-nos a perigos físicos e/ou há o risco de que o já-menos-inocente comece a descarregar noutro inocente provocando um efeito bola-de-neve)
c) Fazer 10 horas de yoga
d) Desabafar intensamente com pessoas que tenham o azar de se relacionar connosco (pode-se perder amigos, mas os que ficam são certificados)
e) Manter um semblante perfeitamente calmo até atingir uma depressão (chato)
f) Dizer mal do governo durante 15 horas (assim como assim, já é costume)
g) Ir a um jogo do Benfica e insultar todos os membros das duas equipas (idem)
h) Pegar no carro e dar 180 km p/ hora no asfalto (pode ser que se deixe de sentir fúria e qualquer outra coisa permanentemente)
i) Malhar no ginásio até nos cair um membro inferior/superior (é incómodo porque fazem todos falta)
j) Dançar até cair (o mesmo problema dos bracinhos e perninhas)
l) Encerrar-se na casa de banho e chorar desalmadamente (não esquecer de lavar a cara)
m) Ir para os copos (questão do sofrimento intenso do dia seguinte - tende a piorar com a idade)
Claro que nada dá tanto gozo nem provavelmente é tão eficaz como agarrar a causa original da fúria pelos ombros e agitá-la enérgica e repetidamente, mas, infelizmente, nem sempre isso é possível.
Dr. Buddy Rydell (Jack Nicholson), em "Anger management"
Como é lógico, identifico-me com o caixa, não porque já tenha trabalhado em algum supermercado, nem porque me tenha largado aos tiros alguma vez, obviamente. Mas, verdade, verdadinha, vontade já tive - de me largar aos tiros, não de trabalhar num supermercado (faz muita falta haver gente a trabalhar em supermercados, mas, realmente, não deve ser lá muito interessante).
A questão é que a fúria sai sempre por algum lado. Uma pessoa vai tentando racionalizar, respirar fundo, acalmar as ânsias, "afinal, que importância tem?", mas ela tem sempre, mas sempre de sair. E quanto mais cedo melhor. O que constitui um dilema para os pacifistas e gentes de boa índole. "E agora o que é que eu faço com isto?!" Seguem-se algumas possibilidades:
a) Desatar aos tiros, como o caixa do Jack Nicholson (altamente desaconselhável)
b) Gritar violentamente com o primeiro inocente que nos apareça pela frente (pouco aconselhável; expõe-nos a perigos físicos e/ou há o risco de que o já-menos-inocente comece a descarregar noutro inocente provocando um efeito bola-de-neve)
c) Fazer 10 horas de yoga
d) Desabafar intensamente com pessoas que tenham o azar de se relacionar connosco (pode-se perder amigos, mas os que ficam são certificados)
e) Manter um semblante perfeitamente calmo até atingir uma depressão (chato)
f) Dizer mal do governo durante 15 horas (assim como assim, já é costume)
g) Ir a um jogo do Benfica e insultar todos os membros das duas equipas (idem)
h) Pegar no carro e dar 180 km p/ hora no asfalto (pode ser que se deixe de sentir fúria e qualquer outra coisa permanentemente)
i) Malhar no ginásio até nos cair um membro inferior/superior (é incómodo porque fazem todos falta)
j) Dançar até cair (o mesmo problema dos bracinhos e perninhas)
l) Encerrar-se na casa de banho e chorar desalmadamente (não esquecer de lavar a cara)
m) Ir para os copos (questão do sofrimento intenso do dia seguinte - tende a piorar com a idade)
Claro que nada dá tanto gozo nem provavelmente é tão eficaz como agarrar a causa original da fúria pelos ombros e agitá-la enérgica e repetidamente, mas, infelizmente, nem sempre isso é possível.
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